poesias e textos

Sunday, May 28, 2006

REFLEXÕES SOBRE O LIVRO FERNÃO CAPELO GAIVOTA

Richard Bach foi piloto da Força Aérea Americana e Fernão Capelo Gaivota foi seu primeiro sucesso literário publicado em 1970.

O livro relata a história de uma gaivota que quebrou todas as barreiras porque queria voar até o infinito. Essa gaivota se recusou a aceitar a imposição de que era limitada. Ignorou o espírito de manada e treinou incansavelmente, perseguindo o seu sonho maior.

É sobre essa garra e determinação de quem reescreve a própria história que vamos discorrer.

Fernão Capelo Gaivota tinha como maior objeto voar sempre mais alto, vencendo as próprias limitações até chegar à perfeição.

As outras gaivotas do bando ignoravam esse seu jeito de ser. Elas aceitaram o perfil imposto: gaivotas não voam como os gaviões, e pronto. Mas Fernão era questionador por natureza, seu espírito revolto não aceitava as barreiras impostas. Por que não podia voar rápido como os falcões? Por que não podia voar à noite como as corujas? Por que não podia fazer vôos rasantes como os pelicanos e albatrozes?

“Podemos nos erguer de nossa ignorância, podemos nos considerar criaturas exímias, inteligentes, hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar”.

Às vezes parecemos talhados em pedra. Não conseguimos ceder para aprender.

Fernão pagou um preço muito alto por se recusar a seguir o destino traçado para o Bando. Foi julgado, banido do Bando. “Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a raiva são as razões pelas quais é tão curta a vida das gaivotas, e, com essas limitações longe de seus pensamentos, viveu, na verdade, uma longa vida”.

Fernão voou até o céu. Então ele descobriu que ali havia gaivotas que pensavam como ele. Elas também tinham o mesmo sonho: ir além da mesmice, superar obstáculos, vencer a si mesmas.

“O céu não é um lugar e também não é um tempo. O céu é um ser perfeito”.

Tocamos o céu cada vez que crescemos espiritualmente. A perfeição não tem limites.

As gaivotas que temem a estrada para a perfeição, não voam além da mediocridade. As que corajosamente enfrentam os desafios porque desconfiam de tudo que é finito, vão a qualquer lugar sempre que quiserem.

Para vencer as próprias limitações é preciso acreditar que pode. É preciso sentir que já conseguiu.

É preciso ignorar que nos encontramos presos dentro de um corpo limitado.
“Sede santos, como eu sou santo”. Essa é a nossa verdadeira natureza.

Quando pudermos compreender a extensão dessa citação bíblica venceremos qualquer barreira.

Nosso vôo mais difícil será aquele que nos levará ao aprendizado do verdadeiro significado da bondade e do amor.

“Fernão ali de pé na areia, começou a pensar se lá havia uma gaivota que poderia estar lutando para libertar-se de seus limites, para ver o significado do vôo”.

“Vê mais longe a gaivota que voa mais alto”.

A verdadeira amizade vence espaço e tempo. “Supere o espaço e tudo que nos sobra é o Aqui. Supere o tempo, e tudo o que nos resta é o Agora”.

Afastemos a idéia de limitação e alçaremos vôos ao infinito.

Jesus, a nossa Grande Gaivota, foi ele mesmo, com toda a liberdade. Fez o vôo mais perfeito, além dos limites do próprio corpo. Também ele foi considerado um Pária pelo Bando. Contudo, levou o seu projeto até o fim. Não temeu, não recuou. Avançou sempre, mais e mais. O Bando continuou na terra preso à própria limitação, não por falta de estímulo, convite, exemplo. Simplesmente porque não acreditou que seria capaz de vencer, de se tornar maior, de alçar vôo para novos horizontes.

“O que era velho se foi. Eis que tudo se fez novo". Precisamos desenvolver a capacidade de nos desapegarmos das velhas manias, medos antigos, descrenças e renascer inteiramente novos. Cheios de novidade de vida. Afastar os velhos pensamentos que nos aprisiona. Crer que podemos e devemos ser ilimitados: no amor, no perdão, na paciência etc.

Somos todos uma idéia divina - a Grande Gaivota na parábola de Richard Bach.

Precisamos praticar a nossa visão e todos os nossos sentidos, até a exaustão, para que possamos ver a Luz Verdadeira em cada ser humano. Ou, na alegoria de Bach "A gente tem que praticar e ver a gaivota autêntica, o bem em todas elas, e ajudá-las a vê-lo em si mesmas. Foi isso o que eu quis dizer com amor. E é divertido, quando a gente pega o jeito da coisa”.

Quando Jesus nos deixou ele quis que usássemos os seus ricos ensinamentos, praticássemos os seus exemplos, descobríssemos a nós mesmos, um pouco mais todos os dias.

Jesus falou que somos capazes de fazer as mesmas coisas que ele. Que faríamos muito mais, porque ele iria para o céu, seu tempo era curto, e nós ficaríamos aqui mais ainda. Será que compreendemos esse desafio? Poderemos ser divinos se realmente quisermos.

A felicidade suprema de um ser humano será no dia em que ele, ainda que por apenas um átimo de instante puder ver as pessoas como Jesus as vê. Então, nesse dia se realizará a Jerusalém celeste dentro do nosso coração: não haverá mais medo, ressentimento, raiva, ódio, ciúmes. Só o amor comandará a nossa vida. Compreenderemos que o céu não é um lugar, mas um estado de espírito.

Iara Mesquita
11/03/06

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